Seja pelo aumento de campanhas para conscientização, como a do Setembro Amarelo (que procura orientar pessoas na Prevenção do Suicídio), ou pelo interesse crescente pelas áreas, a Psiquiatria e a Psicologia estão ganhando um espaço cada vez mais relevante. Tem sido comum os adultos acabarem descobrindo que possuem algum transtorno e procurarem auxílio de especialistas. De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o número de casos de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, (TDAH) varia entre 5% e 8% a nível mundial. No Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas sofrem com o problema. E como estas pessoas podem melhorar a sua qualidade de vida?
Como o próprio nome diz, o TDAH se caracteriza principalmente pela desatenção e pela hiperatividade e, em geral, costuma aparecer na infância. No entanto, alguns casos são diagnosticados apenas na fase adulta, justamente por falta de informação. Isso faz com que esses indivíduos afetados sintam mais pressão e estresse por conta do trabalho e do estudo. Entretanto, é possível realizar tarefas do dia a dia sem muito obstáculos, seguindo algumas dicas, mas é fundamental lembrar que cada pessoa é única – o que funciona para uma, pode não funcionar para outra.
Segundo Igor Téuri, psicólogo do Núcleo de Apoio Pedagógico do Centro Universitário Newton Paiva, de Belo Horizonte-MG, é importante criar um ambiente produtivo e livre de distrações. Dividir em blocos curtos as atividades pode ajudar, uma vez que o TDAH dificulta a concentração prolongada. “Tente trabalhar por 25-30 minutos e faça uma pausa curta (5-10 minutos) para recarregar. Técnicas de gerenciamento de tempo, como Pomodoro – que consiste em trabalhar intensamente por um período e depois descansar – ou alarmes podem ajudar”, explica.
Além disso, preparar uma lista de priroridades e tarefas diárias pode evitar a sobrecarga, criando metas mais realistas. “Marque as tarefas concluídas, pois isso proporciona uma sensação de realização e ajuda a manter o foco”, indica o psicólogo. Utilizar ferramentas de organização como aplicativos auxiliam quem sofre com o TDAH. “Para se manter motivada, a pessoa pode estabelecer o método de recompensas e incentivos: depois de completar uma tarefa ou meta, dê a si mesmo algo que seja prazeroso como um pequeno bombom ou 10 minutos em uma rede social”, sugere Téuri.
É necessário se concentrar em uma tarefa de cada vez para evitar sobrecarregar sua atenção, como, por exemplo, fechar abas desnecessárias no navegador e desligar notificações do celular. “Hábitos saudáveis ajudam a manter a mente focada. Afinal, corpo e mente são uma coisa só. Portanto, durma o suficiente, mantenha uma dieta equilibrada e faça exercícios regularmente”, acrescenta.
Outra dica é buscar apoio profissional, pois cada pessoa tem as suas próprias características e o que funciona para algumas, pode não funcionar para outras. Contudo, é imprescindível que seja gentil consigo mesmo. “Não se culpe por momentos de distração ou dificuldades. O TDAH é desafiador, mas com paciência e prática, é possível desenvolver habilidades de organização eficazes”, finaliza o psicólogo.