25 de abril de 2024
Notícias

Você é vítima da Cultura do Imediatismo?

Por Fernanda Nazaré 

Não preciso nem perguntar se alguém aqui já ficou impaciente em fila de banco, esperando comida em restaurante ou algum download acabar de completar. Às vezes, ser impaciente acontece. Mas, isso pode estar acontecendo com maior frequência e estar sendo provocado por gatilhos que você nem imagina. Sem perceber, você pode estar imerso na Cultura do Imediatismo. Afinal, o que é isso?  

Na cultura imediatista, as lições do passado são vistas como algo conclusivo – portanto, sem abertura a novas reflexões – e o futuro é sempre tido como incerto e até tratado com certo desdém, já que não podemos prevê-lo.  

Segundo?Douglas Rushkoff, professor da New School University de Manhattan, e autor do livro “Present shock: When everything happens now” ou “Choque do presente: quando tudo acontece agora”, lançado em 2013, o problema está em ignorar o passado e?não fazer planos para o futuro, simplesmente porque não sabemos o que ele nos reserva.  

Adivinha de quem é a culpa? 

Por levar tudo a “ferro e fogo”, pensando que não há nada mais a ser feito sobre o passado e não ter como prever o futuro, o sujeito internaliza essa questão de forma a acreditar que tudo o que tem é o “agora e pra já”. Viver no presente é até uma postura interessante para não postergar projetos ou para dizer alguém que o ama. Só que na Cultura do Imediatismo, esse sentido de urgência é alimentado pelo bombardeio da exposição da vida alheia nos meios eletrônicos de comunicação. Tudo e todos parecem estar conectados e sabendo o que estão fazendo naquele segundo. 

Você já deve estar desconfiando aonde quero chegar, não é? Nela mesma: as redes sociais. Ela parece ser o bode expiatório de todos os nossos problemas hoje em dia. Mas, neste caso, realmente é. O quão angustiante foi para você ter saído de casa alguma vez e esquecido seu smartphone ou perder o sinal de internet? Se sentiu isolado do mundo, de mãos atadas?  

Esta ansiedade é um sintoma causado pela Cultura do Imediatismo. E se alguém te mandar uma mensagem no Whatsapp e você estiver sem conexão para responder? Pior: e se você estiver fora da área de cobertura de telefonia e não conseguir fazer uma ligação? 

No mínimo, o sentimento nessas situações descritas acima causa angústia, impaciência e até apatia em quem está sendo afetado pela Cultura do Imediatismo. Com os jovens, já nascidos e imersos na era online, tais sentimentos ainda em fase de amadurecimento emocional os vitimiza ainda mais.  

Principais características das pessoas imediatistas 

– Apego exagerado às redes sociais?e a conteúdos na internet; 

– Estão sempre muito atarefados e, inconscientemente, acabam se ocupando sempre para não ter tempo livre; 

– Tentam controlar todas as situações tentando prevê-las; 

– Acreditam que a vida é, de fato, ter muitos amigos no Facebook, Instagram e Twitter; 

– Tendem a diminuir o convívio social fora das redes; 

– Pautam seus comportamentos e ações baseados no que veem outras pessoas divulgando em redes sociais. 

Consequências do imediatismo 

Se você chegou até aqui neste texto, deve ter percebido uma linha tênue entre imediatismo e ansiedade. E, se não forem identificados corretamente, podem gerar danos. 

O transtorno de ansiedade, não tratado, pode ser um dos fatores que levam ao suicídio. De acordo com a?Organização Mundial de Saúde?(OMS), a cada 40 segundos, uma pessoa tira a própria vida no mundo. 

A bola de neve que “pequenos sintomas” de ansiedade causados por vivermos imersos na Cultura do Imediatismo pode virar, já é motivo o suficiente para ter atenção a essas questões e hábitos do dia a dia.  

O acesso a um download mais rápido, às respostas imediatas em aplicativos de conversa ou qualquer oferta de “atendimento ágil e 24 horas por dia” acaba passando a sensação que tudo na vida pode funcionar assim. E não, não funciona.  

Questões de saúde, relacionamento, bem-estar, muitas vezes demandam a sabedoria em ter a paciência de esperar pelo tempo certo, para que demandas passem por processos até serem concluídas.  

A pessoa imediatista, que vive neste “universo paralelo” do digital, ao se deparar com questões do mundo real terá dificuldade em aceitar questões que não têm solução rápida. 

Como deixar de ser imediatista? 

O processo começa em conhecer a si próprio, fazer uma autoavaliação se você está sendo afetado por essa cultura que pode roubar sua saúde mental. Uma das maneiras de começar é meditar, comece aos poucos, cinco minutos por dia. Pare, feche os olhos e preste apenas atenção na sua respiração. Enquanto isso, observe o que vem à sua mente, sem julgamentos, apenas observe. Esse exercício pode te revelar muito mais sobre si do que imagina.  

A busca profissional também é altamente recomendada, profissionais como terapeutas, psicólogos, psicanalistas e psiquiatras podem te conduzir na busca por um emocional saudável.  

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