Por Fernanda Nazaré
Entre agosto de 2020 e julho de 2021, período em que se mede o “calendário do desmatamento”, a floresta Amazônica perdeu uma área de 10.476 km², o equivalente a nove vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro. De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a taxa é 57% maior que a da temporada passada, além de ser?a pior dos últimos dez anos.
Existe todo um ecossistema interligado, que vai desde microrganismos até nós, humanos. Tudo feito para estar em equilíbrio, até nos princípios mais básicos como o da cadeia alimentar.
Em entrevista para a ECOA, editoria de temas ambientais do site UOL, a doutora em ecologia e professora do programa de pós-graduação em ciências ambientais da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), Ana Lúcia Tourinho explicou que doenças contagiosas estão relacionadas aos altos índices de desmatamento pelo desequilíbrio que causa no meio-ambiente. “O aumento de uma espécie em um determinado local invariavelmente influenciará na diminuição de outra. Dentro de um sistema, o aumento ou diminuição de uma cobertura vegetal implica no número de outros organismos, como os microrganismos, que podem estar dentro dos corpos desses animais que vivem nas florestas”.
Ana ainda completa que as espécies que sobrevivem a um desmatamento, geralmente, são as mais resistentes, portanto, as que têm mais chances de carregarem vírus de alto risco para a vida humana. E como esses animais perdem seu habitat natural, nada mais óbvio do que buscar novos locais para sobreviver… e acabam nos encontrando em zonas rurais.
Assim como esses animais buscam nova morada após perderem suas “casas”, vírus e bactérias que hospedam nesses bichos também estão na mesma busca. Se o seu hospedeiro morre ou sai do local propício para sua sobrevivência, esses patógenos também vão encontrar outros meios para sobreviverem – é aí que nós entramos, literalmente, pois o desmatamento é causado por nós mesmos.
Além do desmatamento…
O aquecimento global é real. A ciência não deixa mentir. Há cerca de um ano, foi constatado que a camada de gelo do Ártico está derretendo “a um ritmo alarmante”. Quem confirmou este fato foi a equipe da maior expedição científica já realizada no local.
Pesquisadores de 20 países que participaram da expedição do Instituto Alfred-Wegener, a bordo do navio quebra-gelo Polarstern, verificaram que o degelo a tal velocidade pode levar ao ressurgimento de vírus e bactérias mortais, que se encontram “adormecidos” nas camadas mais profundas.
Portanto, falamos de vírus, bacilos mortais como o Antrax, já terem sido encontrados na região – e vitimando uma criança, inclusive. Com o avanço do derretimento e o aumento do volume de água indo para outras regiões do planeta, estaremos desprotegidos de doenças de milhares de anos atrás sendo “descongeladas” e vindo em nossa direção.
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