21 de novembro de 2024
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Enfim, férias escolares

E de repente chegou o mês de julho, férias escolares merecidas de um semestre totalmente inusitado ou qualquer outro adjetivo que possa ou que você queira nomeá-lo. Um semestre letivo cheio de atravessamentos, mas que apesar de todos os percalços foi finalizado. E ouso dizer que foi encerrado com sucesso.

Sucesso pela persistência, resiliência e criatividade que alunos e professores demonstraram diante de situações adversas. A sala de aula foi para dentro de casa, atravessando a nossa privacidade. Quase que com a maestria de Luís Fernando Veríssimo começamos a escrever e a atuar sobre nossas comédias da vida privada.

Personagens ganharam caras e nomes, as decorações das casas faziam parte do cenário educacional, a sala de aula virtual era frequentada por alunos, animais de estimação, parentes dos alunos, filhos dos professores e por aí vai. Uma sala de aula diversificada e muitas vezes barulhenta como as aulas presenciais, isso sem falar que algumas pessoas esqueciam o microfone ligado, assim sons e conversas estranhas também compunham a nova sala de aula. O professor não mais pedia silêncio, bastava interromper o microfone do aluno.

Recordo dos dias de aulas que eram ministrados para os “quadradinhos pretos”, fui testemunha ocular da angústia de professores ao darem aulas sem ver os rostos dos alunos. Mas, fui surpreendida também com relatos de professores que disseram que o término das aulas muitas vezes se estendia para além do horário normal. Os alunos não mais saiam correndo para não perder a van. Fora os cafés virtuais e os eventos online com um alto número de participantes.

O uniforme foi trocado por pijama, por cobertas em dias mais frios e nossos pés responderam bem ao uso constante de meia com chinelos. Aprendemos a nos posicionar na frente da câmera e ver qual ângulo nos favorece mais. O lanche da cantina foi substituído pelo tradicional café coado com misto quente e as desculpas para atrasar a entrada na sala de aula não mais colavam.

O percurso não foi fácil, mas atravessamos o primeiro semestre de 2020 com aulas abertas, lives, saraus, reuniões e várias outras atividades que foram construídas com muito zelo e ofertadas por todos os institutos da Newton ao longo desse semestre tão singular.

E em meio ao caos tivemos também romance, o Clube de Leitura PSI(U) proporcionou reflexões sobre o livro “A hora da estrela”, de Clarice Lispector. Aprendemos com a Macabéa, uma jovem nordestina, que apesar de tudo é preciso sonhar.

A pandemia simplesmente precipitou a passagem para o mundo virtual que há tempos já dava as caras. Uma aceleração que era inevitável… Ela veio e nos desafiou a ler e a ser em uma nova dimensão.

Sim, fomos “chacoalhados”, provocados e diante do novo, desse vazio é preciso seguir adiante, sempre avante… sempre causados pela educação. Essa educação que sempre se renova.

Esse novo mundo educacional é uma novidade para todos nós, muitas vezes não sei bem ao certo o que fazer, mas sei que fazer algo junto, em meio a uma solidão compartilhada pode ser uma boa saída.

Por isso, meu agradecimento e admiração aos professores e aos alunos pela implicação com a educação. Continuamos unidos (apesar da distância) em prol de uma boa formação.

Boas férias!!!