28 de novembro de 2024
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Lesões no Esporte: como identificar e tratar de maneira correta

O jogador e um dos atuais principais nomes da seleção brasileira de futebol, Neymar Jr, sofreu uma nova lesão, desta vez no joelho esquerdo. A lesão no ligamento cruzado anterior do joelho, assim como lesões nos tornozelos e musculares, principalmente na região da coxa, está entre as mais frequentes no esporte. Isso porque as pernas carregam todo o peso do corpo e, além disso, executam movimentos que exigem resistência e força muscular. Assim, durante a prática esportiva a musculatura e as articulações dos membros inferiores ficam sobrecarregadas e desgastadas.

Além do futebol, o judô tem alto nível de lesões se comparado a outros esportes, já que a alta intensidade de treinos, a característica dos golpes e o contato direto dos oponentes nos treinos e competições são propícios para à ocorrência de lesões. Um estudo com atletas da Instituto Reação, que promove o desenvolvimento humano e a inclusão social por meio do esporte e da educação, mostra as regiões lesionadas mais comuns no judô: joelho (19%), ombro (12%), pés e dedos (10%) e mãos, dedos e cotovelos (9%). Também é comum acontecerem lesões no tornozelo, quadril e coluna cervical.

De acordo com Thiago Ferreira, coordenador do setor de fisioterapia da seleção brasileira de Judô e professor na Newton Paiva, é sempre importante buscar ajuda profissional para concluir algum plano de tratamento. “Existem vários tipos de lesões que demoram diferentes tempos para serem tratadas. Elas podem ser tratadas em um dia ou em um ano, com técnicas de fisioterapia, recursos tecnológicos e exercícios, variando com o local lesionado”, explica o fisioterapeuta e professor.

Lesões podem acontecer a qualquer pessoa, desde atletas profissionais até entusiastas do fim de semana, e compreender as lesões esportivas mais comuns é essencial para sua prevenção e tratamento adequado. Alguns dos principais tratamentos são:

  • PRICE (Proteção, Repouso, Gelo, Compressão, Elevação): o método PRICE é frequentemente usado para lesões agudas. A Proteção e o Repouso são essenciais para dar tempo ao corpo para se recuperar. A aplicação de gelo controla a dor e contribui na redução o inchaço. Compressão ajuda a estabilizar a área lesionada, além de juntamente com a elevação minimizar o inchaço.
  • Fisioterapia: a fisioterapia desempenha um papel vital na recuperação de lesões. Os fisioterapeutas são os profissionais responsáveis por desenvolverem programas de reabilitação personalizados para fortalecer músculos, melhorar a mobilidade, prevenir recorrências de lesões e proporcionar o retorno a prática esportiva de maneira segura.
  • Medicação: anti-inflamatórios e analgésicos podem ajudar a controlar a dor e a inflamação. No entanto, devem ser usados sob orientação médica.
  • Cirurgia: em casos graves, como fraturas complexas ou rupturas completas de ligamentos, a cirurgia pode ser necessária. É seguida por um período de reabilitação intensiva, que irá variar de acordo com a área do corpo lesionada.
  • Prevenção: a prevenção é a chave para evitar minimizar o risco de sofrer lesões durante a prática esportiva e de atividade física. Isso inclui o uso adequado de equipamentos de proteção, aquecimento adequado antes do exercício e treinamento de força para melhorar a resistência e a flexibilidade. Tudo isso pensando pelo fisioterapeuta de maneira individualizada, levando em conta a modalidade esportiva e o individuo e suas características.

Thiago coordenou um TCC de duas alunas da Newton Paiva, Nathalia de Freitas Barros e Ana Carolina de Matos Pereira, a respeito do tema, que foi apresentado no maior congresso de fisioterapia esportiva da América Latina, o XI Congresso Brasileiro e IX Congresso Internacional da SONAFE, que ocorreu nos dias 1 a 4 de novembro em Salvador. Além disso, deu uma palestra sobre: Esportes de combate: Desenvolvimento e Performance na Base – Um Novo Paradigma para a Prevenção de Lesões e Alta Performance. “Percebo que há uma lacuna de conhecimento em relação a como os profissionais da área definem o que é de fato uma lesão e “como identificá-la, principalmente em jovens atletas em processo e formação esportiva”, acrescenta o coordenador.                     

O TCC foi importante, não apenas como métrica para formação dos alunos, mas sobre a percepção do fisioterapeuta e a definição de lesão que eles utilizam no dia a dia é fundamental para aprimorar o campo do esporte, beneficiando atletas, treinadores e profissionais da saúde. “Ao contribuir para o desenvolvimento de práticas mais eficazes na prevenção, diagnóstico e tratamento de lesões esportivas, é possível ter uma recuperação mais rápida e eficaz dos atletas, minimizando o tempo de inatividade e maximizando o desempenho esportivo”, adiciona Thiago.

Segundo a estudante Nathália, o tema do projeto deve ser discutido para desenvolver os critérios clínicos utilizados na avaliação de uma lesão. “Havendo um consenso sobre esses critérios podemos ser mais efetivos no processo de prevenção e reabilitação de lesões esportivas”, explica ela.

“A equipe médica e de fisioterapia desempenha um papel crucial no diagnóstico e tratamento de lesões esportivas. É fundamental procurar ajuda profissional imediatamente após uma lesão para evitar complicações e acelerar o processo de recuperação”, conclui Thiago.      

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