Por Lígia de Matos
Antes, a vida era bem mais simples. Você ligava a sua TV e escolhia entre uns cinco ou seis canais disponíveis na TV aberta. Não tinha erro e todo mundo sabia (quase de cor) a programação semanal de todos eles. E quando digo antes, falo até meados dos anos 90. Foi nessa época que vieram para o Brasil os canais de TV a cabo. Foi como se um novo universo tivesse sido descoberto. As pessoas não sabiam nem o que escolher para assistir. Foi uma loucura!! Mal sabíamos do que estava por vir…
De repente, a internet explodiu e, ao longo dos anos, todas as possibilidades se multiplicaram. Descobrimos os vídeos, o YouTube e ver filmes pelo computador se tornou real. E aí, quando não estávamos esperando, surgiram os streamings e descobrimos que “os inocentes não sabiam mesmo de nada”. As escolhas hoje surgem em escala exponencial e se destacar se tornou uma tarefa hercúlea.
A grande Netflix (sim, todos sabemos que ela é menina) ainda está à frente do páreo, com 200 milhões de usuários pelo mundo. Mais de um bilhão de pessoas utilizam streaming e este números cresce a cada segundo. Na corrida também temos grandes players como Amazon Prime, Hulu e, a partir deste ano, ganhamos também o Disney + e agora o HBO Max, entre outros como DirecTV Go, Apple TV+, Telecine, UOL Play, Oldflix Philos TV, Crunchyroll e sabe-se lá quantos mais surgiram enquanto você lê essa matéria. Um dos grandes por aqui é nosso brazuca Globoplay, que deve sofrer, pois acabou perdendo muitos títulos por conta da chegada do HBO Max.
Briga de gente grande
Então, o problema agora é como escolher qual assinar (ou quais, se você puder pagar). Não vamos te falar aqui o que escolher ou quais os preços de cada um. Liberdade e diversidade! Jogue-se! Mas você sabia que em maio deste ano a Warner e o Discovery anunciaram uma fusão que, se for aprovada, pode dar origem à segunda maior empresa de mídia do mundo, com mais de 20 marcas globais e US$ 132 bilhões de faturamento anual? O foco é conseguir competir com Netflix e Disney. Já a Amazon, confirmou a aquisição do estúdio de cinema MGM por US$ 8,45 bilhões. Fundada há quase 100 anos, a MGM é dona de franquias como Rocky e 007. Enquanto zapeamos por aí, as plataformas estão fechando acordos bilionários para vencer esta nova corrida mundial.
Mais do HBO Max
Já que estamos falando de novidades, a mais nova plataforma a chegar por aqui foi HBO Max, que reúne conteúdos da Warner, Cartoon Network, DC Comics e, claro, da própria HBO. Ele traz com exclusividade, por exemplo, o especial “Friends: The Reunion”, exibido no final de maio e que é um dos seus maiores chamarizes de lançamento. Cada um dos seis atores protagonistas recebeu R$ 2,5 milhões de dólares para participar desse episódio nostálgico, 17 anos após o encerramento oficial da série. Alto investimento.
Além dele, todas as temporadas de Friends estão no serviço de streaming, assim como títulos de sucesso da Warner como Um Maluco no Pedaço, The Big Bang Theory e Gossip Girl. Esta última ganhou até um reboot, que se passa no mesmo universo da série original de 2007, mas apresenta uma nova geração de personagens.
Gossip Girl 2.0. conta novas histórias, que seguem sendo narradas por Kristen Bell, voz original da garota do blog. A personagem principal é Julien, vivida por Jordan Alexander, uma influenciadora digital com ares de “abelha rainha”, similar a Blair Waldorf (Leighton Meester). Ela faz amizade com uma jovem recém-chegada, interpretada por Whitney Peak, de “O Mundo Sombrio de Sabrina”. O elenco também conta com Eli Brown, Thomas Doherty, Tavi Gevinson, Emily Alyn Lind, Evan Mock, Zion Moreno e Savannah Lee Smith.
O foco agora são as redes sociais (não disponíveis na época da primeira versão), diversidade LGBTQIA+ e cenas bem quentes. Os criadores estão focados em debater os privilégios da classe alta norte-americana, questões envolvendo raça, sexualidade e gênero. E como eles mesmo anunciam, há “muito conteúdo queer” e um elenco majoritariamente não-branco. Ainda há poucos episódios disponíveis para o público, mas os críticos ainda não têm certeza se “gostam” (ou não) da nova versão. Só o tempo dirá.