Por Fernanda Nazaré
Alguns países como Estados Unidos e Inglaterra já mostram vários sinais de “volta à vida normal” após meses de isolamento social e lockdown. Cada país lidou com a crise sanitária a sua maneira e alguns ainda estão com altos parâmetros de contágio e morte por Covid-19, como é o caso do Brasil.
O planeta anseia para que a pandemia logo acabe, todos possam circular livremente e sem medo. Mas, para isso, algumas questões fundamentais devem ser respondidas e ainda trabalhadas por todas as nações. Confira 5 delas abaixo:
1. Quando podemos esperar que um programa global de vacinação realmente funcione em larga escala?
De acordo com dados do Our World in Data (OWID), até março passado, cerca de 565 milhões de doses foram administradas em 138 países. Pode parecer alto, mas com uma população global de pouco menos de 7,8 bilhões, isso é suficiente para dar uma única dose a apenas 7,2% da população da Terra. Se esse ritmo for mantido, levará mais de três anos até que todos sejam vacinados em todo o mundo.
A velocidade da vacinação também está diretamente relacionada com a evolução econômica de cada país. Para os países de renda média, esse cronograma se estende até o final de 2022 ou mesmo o início de 2023, enquanto as nações mais pobres do mundo podem ter que esperar até 2024 para que a imunização em massa aconteça — se é que isso vai acontecer.
2. Você já ouviu falar em ‘nacionalismo de vacina’?
Muitas nações ricas estão comprando suprimentos com países que possuem indústrias farmacêuticas — e elas compram muito mais do que realmente precisam. Essa forma injusta e gananciosa de vacinar a própria população se chama “Nacionalismo de vacina”.
Tudo isso significa que suprimentos valiosos de vacinas estão sendo retidos em um punhado de economias ricas e não estão sendo compartilhados de forma equânime com as nações mais pobres. Conscientizar e punir governos com tais práticas é uma maneira de trabalhar para que o mundo se imunize mais rápido e de forma igualitária.
3. E quanto à ‘hesitação da vacina’?
A “hesitação da vacina” – também conhecida na internet como o meme “o sommelier de vacinas”, pode ter um impacto significativo na imunidade global. Em algumas nações mais ricas, a aceitação está diminuindo. Pesquisas recentes na França e no Japão mostram que cerca de metade da população não deseja ser vacinada. A Alemanha, junto com a Itália, suspendeu a administração da vacina AstraZeneca por completo durante alguns dias, mesmo quando os dois países experimentavam uma terceira onda de infecções, levando a OMS a emitir declarações sobre a segurança da vacina.
Essa hesitação no mundo desenvolvido pode ser replicada nos países mais pobres, especialmente se a implantação global for lenta.
4. Como ter imunidade coletiva?
Aqui no Brasil falou-se muito em imunidade de rebanho quando deparávamos com o alto número de casos em Manaus, com milhares de pessoas infectadas. Mas o preço para “a possibilidade de atingir a imunidade de rebanho” é pagar com muitas vidas também, o que foi o caso. Tanto o governo de Manaus quanto o governo federal negaram a tentativa de aplicar a “técnica de imunidade de rebanho”.
Esse tipo de imunidade é atingida de forma responsável somente através da vacinação, quando um número significativo de pessoas são vacinadas e, a partir daí, por estarem protegidas, evitam a disseminação do vírus para quem ainda não está imune.
Como a Covid-19 é uma nova ameaça, o limite para atingir a imunidade coletiva não é conhecido ainda, mas os epidemiologistas sugerem algo em torno de 70%. Conforme a pandemia se prolonga, entrando em seu segundo ano, os especialistas estão aos poucos aumentando esse número.
5. A vacinação erradicará a covid-19?
“As chances de eliminar a covid-19 são tão próximas de zero”, segundo a maior autoridade médica do Reino Unido, o médico Chris Whitty em comunicado daquele governo.
Contudo, isso não significa que os esforços de vacinação sejam em vão, já que uma população global apenas parcialmente imunizada poderia levar ao aumento da transmissão e a mais novas variantes.
Nem tudo está perdido, de acordo com o médico, voltaremos a viver a vida como conhecemos, porém sem o 100% de garantia que ninguém jamais vai contrair o coronavírus: “Acredito que podemos estar otimistas de que com esses esforços será possível alcançar altos níveis de proteção direta e indireta que, embora não eliminando o vírus, permitirão que a vida volte ao normal”.
Para muitos, a pandemia foi considerada uma nova guerra mundial mas, neste caso, a força militar não foi para o fronte de batalha, mas sim enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos e fisioterapeutas, membros de um extenso corpo clínico que continuará lidando por muito tempo com a Covid-19, reparando sequelas das vítimas. Se identifica com a missão de alguma dessas profissões? Clique aqui e confira essas nossas graduações.