28 de novembro de 2024
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Ronco pode ser sinal de alerta para distúrbio

Um som rouco e áspero sendo emitido repetidamente durante a madrugada. O incômodo gerado pelo ronco é conhecido por muitas pessoas. O que poucos se dão conta é que, mais do que um ruído irritante, ele é um dos principais sinais de distúrbios do sono. Problemas como apneia obstrutiva, por exemplo, são bastante comuns. Segundo um estudo publicado em 2018 pela revista científica The Lancet, mais de 936 milhões de pessoas no mundo vivem com tal disfunção.

O ronco ocorre a partir da vibração dos tecidos das vias aéreas quando o indivíduo faz muito esforço para respirar. Idade, obesidade, problemas nasais, cansaço, hábito de dormir com a barriga pra cima e consumo de bebidas alcoólicas são algumas das possíveis causas. Mas, quando é muito alto, constante e regular, o ronco pode ser
sinal de alerta para a apneia do sono. “A interrupção da respiração por mais de 10 segundos já é considerada apneia do sono. Este distúrbio pode fazer com que a pessoa acorde várias vezes durante a noite e prejudica a qualidade do sono, causando irritabilidade, cansaço excessivo, entre outros sintomas. Além disso, quando não tratada, pode provocar hipóxia, que é a redução dos níveis de oxigênio do sangue e, até mesmo, alterações cardiorrespiratórias”, explica a fisioterapeuta neurofuncional, Aline Cruz, que é preceptora da clínica de fisioterapia do Centro Universitário Newton Paiva.

Ajuda especializada

Muitas pessoas têm dúvidas em relação ao profissional que deve ser procurado em casos de distúrbios do sono. Como são inúmeras as possibilidades de causas, médicos, fonoaudiólogos e psicólogos são alguns dos especialistas que podem atuar no diagnóstico e tratamento. Recentemente, a fisioterapia também entrou nessa lista, conforme a resolução nº 536/2021 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO). Aline ressalta ainda que os fisioterapeutas são profissionais de primeira escolha, aqueles que podem ser procurados diretamente pelo paciente sem encaminhamento prévio. O papel da fisioterapia nesse tratamento é amplo. Uma das formas de atuação desse profissional é na utilização do chamado CPAP, uma máscara utilizada durante o sono para manter as vias aéreas abertas. “O fisioterapeuta ajuda o paciente a selecionar o
modelo ideal, titular a pressão necessária e se adequar ao equipamento, que pode ter uma adaptação difícil”, explica a especialista.

O fisioterapeuta também passa exercícios respiratórios e alongamentos adequados ao caso de cada paciente. Fatores que podem ser decisivos tanto na qualidade quanto na quantidade do sono. Além disso, ele tem autonomia para passar orientações gerais. “Evitar consumo de cafeína após às 18h, pegar sol durante o dia, dormir sempre em um ambiente escuro e praticar atividades físicas regularmente são algumas medidas que podem ajudar qualquer pessoa a dormir melhor”, finaliza a professora da Newton Paiva.

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