Por Ítalo Mendes
É indiscutível que uma boa estratégia de logística pode ser um diferencial para o crescimento das empresas. O setor, que nos últimos anos já vinha apresentando grandes evoluções, em muitos casos ligados ao crescimento das compras online, ganhou ainda mais relevância no contexto da pandemia. Em um cenário de crise, algumas tecnologias se destacaram e apresentaram soluções viáveis para a retomada econômica e crescimento do mercado.
Conheça agora 5 das tendências mais importantes de logística que as empresas têm aderido para atender às novas demandas e surpreender os consumidores:
1 – Drones
A tecnologia que já avançou em setores como o agronegócio, militar e audiovisual está cada vez mais próxima do mercado de entregas.
Mesmo com desafios como a distância de autonomia no ar e o limite de peso e tamanho dos produtos que podem ser enviados, multinacionais como a Amazon, iFood e UPS já tiveram autorização e iniciaram testes para utilizar drones em seus serviços.
No Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) emitiu em agosto de 2020 o primeiro Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE) para que a startup brasileira Speedbird iniciasse a entrega de produtos utilizando drone. O acordo, em caráter experimental, tem a validade de 1 ano. Em março de 2021, a empresa já entrou em parceria com a Mercedes-Benz para o fornecimento de furgões que servirão com bases móveis de decolagens e pousos para essas aeronaves não tripuladas. O acordo ainda inclui testes com o Hermes Pardini para transporte de vacinas e exames.
2 – Omnichannel
A palavra “Omni” vem do latim, que significa “todo”, “inteiro” ou “de todo tipo”. No universo da logística, o termo é utilizado para a capacidade das marcas de integrar seus canais de serviços facilitando o processo de compra e interação com seus clientes.
Mais do que estar presente em todos os canais, a empresa deve constituir com um cliente uma linguagem padrão e possibilitar uma jornada de compra que incorpore todos esses meios, offline e online. Resumidamente, o omnichannel é a evolução do multicanal. Ao invés de apenas ter várias plataformas de venda, concorrendo entre si, elas têm o objetivo de trabalhar juntas.
Exemplos: O cliente compra um produto pelo site de uma revendedora e busca no mesmo dia em uma loja física. Ou, ele também pode ir diretamente na loja e encontrar um modelo do produto que gostou, mas em um tamanho maior do que seria o ideal. O vendedor encontrará esse produto com as medidas certas em uma outra loja da mesma marca e mandará entregar na casa do cliente, possibilitando que ele faça o acompanhamento da entrega pelo site.
Entre os diversos benefícios, a logística omnichannel evita que o cliente tenha que buscar um concorrente, reduz custos diminuindo a necessidade de estoque e amplia a obtenção de dados do cliente para uso em outras estratégias.
3 – Blockchain
Criado inicialmente para dar suporte na utilização de bitcoin no mercado financeiro, o Blockchain é um serviço utilizado para realização de transações monetárias de maneira transparente, utilizando uma rede descentralizada de computadores. Ou seja, por meio de um sistema criptografado, um relatório de informações é gerado e cria-se registros que não podem ser modificados.
Na logística, a tecnologia tem sido cada vez mais implementada para tornar mais seguro e eficiente o processamento e as etapas de entrega. A unificação de todos os dados facilita, por exemplo, que todas as empresas envolvidas e o próprio cliente tenham informações sobre a transportadora, o motorista que irá entregar o produto, onde ele se localiza e também, caso ocorra algum erro no procedimento, onde correu, porque e quem é o responsável por solucionar o problema.
Além de deixar as operações mais confiáveis, o blockchain diminui os custos, reduz as burocracias e facilita o relacionamento com outras parcerias de negócio.
4 – Same Day Delivery
Entregar um produto que o cliente tenha adquirido online em menos de 24 horas é uma missão dos e-commerces para unir a comodidade de uma compra feita online com a satisfação de poder usufruir rapidamente o produto comprado offline, ou seja, sem visitar uma loja pessoalmente.
O que hoje ainda surge como diferencial de algumas empresas pode, ao longo do tempo e com o avanço tecnológico, se tornar uma exigência dos consumidores. Porém, até dar início ao procedimento, é necessário implementar um sistema preciso e que defina quais produtos estarão disponíveis para essa entrega rápida. O programa deve ser eficiente na triagem para eles, mantendo um estoque permanente e, sobretudo, padronizando a qualidade e a segurança para o transporte. A velocidade não deve alterar a qualidade da entrega.
5- Logística reversa
Com a crescente mobilização para um mundo mais sustentável, a Logística Reversa ou Logística Inversa, propõem um modelo de acompanhamento do ciclo do produto, criando maneiras de retorná-lo para a empresa com o intuito de reciclagem ou descarte adequado dos materiais.
No Brasil, a necessidade de implementação do sistema encontra-se na Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei Nº 12.305, de agosto de 2010. Em seu artigo 3º, 1º parágrafo, definem-se os responsáveis pelo procedimento: “…ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto”.
Você pode se perguntar: “mas se a lei é de 2010 porque ainda é tendência em 2021?”. Porque, como dito, a sustentabilidade é um tema cada vez mais relevante e não saber aproveitar bem os materiais utilizados ocasiona desperdícios incalculáveis, ou seja, prejuízo financeiro. Cabe à empresa ter conhecimento sobre o seu fluxo de produção e distribuição e elaborar estratégias para realizar uma coleta otimizada em todas essas etapas.
O que tem se tornado cada vez mais popular é aproveitar esse modelo para repassar aos clientes e potenciais compradores uma visão positiva da marca, compartilhando as ações sustentáveis e seus resultados, demonstrando a preocupação da empresa com o futuro do planeta.
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