28 de novembro de 2024
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Asteroide metálico mais valioso que o PIB Mundial está enferrujando no espaço

Por Lígia de Matos

Asteroide metálico está enferrujando no espaço. Ok. Até então uma notícia considerada normal e sem muito interesse. Mas este não é um asteroide comum; é o 16 Psyche, descoberto e batizado em 1852. Em 2017, o telescópio Hubble da NASA (agência espacial norte-americana) descobriu que ele é feito de diversos metais preciosos e massa corresponde a 1% de todo o cinturão de asteroides.

Os astrônomos que o estudam acreditam que o 16 Psyche é o núcleo de um protoplaneta que não chegou a se formar completamente. Ele está entre as órbitas de Marte e Júpiter e agora descobriu-se que ele está enferrujando. Mas qual é o problema?

O 16 Psyche é uma verdadeira montanha de ferro, níquel, platina e ouro, com diâmetro de 226 quilômetros e valor estimado em US$ 10 quintilhões. Em poucas palavras, ele vale mais que todo o PIB (Produto Interno Bruto) mundial. Assista abaixo uma animação de uma nave espacial voando ao redor do asteroide:

Na verdade, o valor representa mais de 10 mil vezes o valor do PIB do mundo inteiro em 2019 — que, segundo o Banco Mundial, foi de US$ 87 trilhões. Mas não há planos concretos ainda para minerar o gigante espacial. Por isso, esse número é apenas curioso e não realmente prático.

As ondas ultravioletas detectadas no asteroide mostram que há um processo de oxidação ocorrendo na sua superfície, assim como acontece com os metais na Terra quando enferrujam.

Próximos passos

A NASA prepara uma missão para enviar uma sonda até o asteroide para estudá-lo mais de perto. A empresa SpaceX, de Elon Musk, venceu a concorrência de US$ 117 milhões para conduzir o projeto. O plano da NASA e da SpaceX é lançar a sonda em 2022 com expectativa de que ela chegue lá em 2026, contando com ajuda do campo gravitacional do planeta Marte para receber um último empurrão no meio do caminho.

Por que isso é importante? A esperança é de que uma olhada de perto no 16 Psyche possa trazer mais informações sobre o núcleo da Terra e de outros planetas, já que é muito mais fácil enviar uma sonda até os cantos frios do Sistema Solar do que ao centro quente da Terra.

O estudo foi publicado por cientistas da Southwest Research Institute (SwRI), dos Estados Unidos, na revista The Planetary Science Journal no final de outubro de 2020.

Esta é a primeira vez que o 16 Psyche foi estudado. Os cientistas utilizaram comprimentos de onda ultravioleta, a partir do Telescópio Hubble, para revelar o que já se imaginava: o asteroide é um pedaço denso de rocha espacial notavelmente metálico. A observação desses corpos rochosos permite entender o que realmente constitui um planeta.