26 de abril de 2024
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Dívidas? Professor da Newton dá dicas de como começar 2023 sem elas

Com a proximidade do ano novo, muitas pessoas se preparam para os gastos do fim de ano. Contudo, o Brasil tem passado por um período complicado financeiramente. De acordo com dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), na metade de 2022 o índice de famílias endividadas chegou a 78%. Então, o que fazer para que isso não se repita?

Dicas para entrar em 2023 sem dívidas

De acordo com Louis Vieira, Coordenador dos cursos de Administração e Contabilidade do Centro Universitário Newton Paiva, a receita é muito simples: se tiver condições de pagar por algo, compre; se não tiver, não compre. “É importante resistir ao hedonismo, pelo prazer compulsivo em comprar. Isso porque a parte moral é justamente o pagamento dessas compras. Quando o brasileiro lida com essa realidade, muitos acabam ficando endividados por não conseguirem pagar”, afirma.  

Assim, para entrar em 2023 sem dívidas, é necessário fazer uma educação financeira. “Aprender a lidar com os gastos, manter um controle financeiro por meio de planilha e fazer um comparativo com previsão de gastos mensais são dicas que podem ajudar. Também é essencial não gastar mais do que se recebe”.

Outra dica é tomar cuidado quando se fala de cartão de crédito. “Evite ao máximo possível comprar pelo cartão de crédito, pois a conta irá chegar de qualquer forma por meio da fatura”, complementa. Ainda que pareça uma solução fácil, os juros desse financiamento são muito elevados.

“Para quem está endividado e está fora mercado de trabalho, a solução pode ser uma renegociação de dívidas e se realocar no mercado.” Hoje, é possível fazer um contrato de trabalho intermitente, ou seja, algo temporário. Esse tipo de trabalho é ainda mais presente no final do ano por conta do Natal. Por mais que não seja o ideal para se manter, pode ajudar a diminuir as dívidas. “Em um país como Brasil, poupar dinheiro é um grande desafio. É por isso que ter uma educação financeira é muito importante até para se preparar para emergências”, comenta. De acordo com Louis, direcionar um percentual do salário para os gastos mensais e também para a poupança pode fazer com que a vida financeira entre nos eixos.

Outra armadilha para quem já está endividado é o cheque-especial. “Esse financiamento é visto como um salário por muitas pessoas. Trata-se de uma necessidade”. Por conta de seus juros altíssimos, deve ser pago o mais rápido possível e utilizado apenas em emergências. “As instituições financeiras hoje em dia possuem técnicas para fazer com que os clientes usem o cheque-especial. Alguém sem essa educação financeira pode ser facilmente atraído e contrair ainda mais dívidas, que se tornam uma bola de neve”, alerta o coordenador.

A crise econômica do país

Antes de pensar em como diminuir os gastos e controlar as dívidas, é preciso acompanhar o mercado e entender a recessão que o país se encontra. Louis explica que essa recessão pode ser dividida em dois períodos: antes e depois da pandemia. Ele diz também que o país já passava por uma crise desafiadora antes do vírus chegar por aqui. “O índice de desemprego era muito elevado. Além disso, as empresas estavam com muita dificuldade financeira e com um grau de endividamento muito alto devido à elevação do seu capital de terceiros, ou seja, empréstimos. Esses são como obrigações e, quando não são pagos, se tornam dívidas”, explica o coordenador.  

A partir de março de 2020, a pandemia trouxe ainda mais dificuldades para um cenário que já era bastante complicado. “Tratava-se de algo novo, assustador, onde diversas empresas tiveram que encerar e suspender suas atividades. Por conta disso, índice de desemprego aumentou ainda mais. Dessa forma, os dois principais agentes econômicos do país – as empresas e os consumidores – foram afetados”, contextualiza.

Os brasileiros então começaram a se comprometer financeiramente cada vez mais. Assim, os que já estavam nessa situação não conseguiram zerar as pendências. “Mesmo aqueles que tinham um controle financeiro, diante da perda do emprego, também ficaram endividados. Tanto as empresas quanto as pessoas físicas tiveram que vender seu patrimônio para quitar as dívidas”, finaliza.

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